Acompanhamento do Núcleo de Dados da Rede Paraíba de Comunicação registrou três casos no mês de setembro. Números oficiais ainda não foram divulgados. Cartaz mostra como denunciar violência contra a mulher
Gabriel Lain/Banco de dados/NSC Comunicação
Pelo menos três mulheres foram vítimas de feminicídio em apenas dois dias, na Paraíba. Os crimes aconteceram nas cidades de Malta, Nova Floresta e Campina Grande, nos dias 11 e 12 de setembro.
A Lei nº 13.104/2015 torna o feminicídio um homicídio qualificado e o coloca na lista de crimes hediondos, com penas mais altas. Conforme a lei, considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Edcleide de Sousa Santana tinha 52 anos e foi assassinada a tiros pelo homem com quem mantinha um relacionamento e morava junto, na cidade de Malta.
Segundo as informações do delegado, o suspeito, que não teve o nome divulgado, e a vítima viviam juntos em um quarto anexo à casa do pai do suspeito, que foi o responsável por realizar a denúncia. Conforme dito pelo delegado Rodrigo Monteiro, o pai do suspeito resolveu chamar a polícia depois de ter ouvido o casal discutir durante a madrugada desta quarta-feira (11) e não ter tido mais notícias de nenhum dos dois desde então. O suspeito está foragido.
Em Nova Floresta, Ana Beatriz, de apenas 15 anos, foi encontrada morta com sinais de marcas de asfixia, do tipo estrangulamento, na última quinta-feira (12). Ela estava desaparecida desde a quarta (11).
Segundo a Polícia Civil, Ana Beatriz foi encontrada já sem vida no quintal de uma residência abandonada, no município de Nova Floresta. O crime está sendo investigado como feminicídio e o suspeito, de 15 anos, ex-namorado da vítima, foi apreendido em flagrante e deve responder por ato infracional análogo à feminicídio.
O delegado de Polícia Civil Iasley Almeida, responsável pelas investigações, declarou que o suspeito premeditou o crime e possuía um histórico de agressões e ameaças contra a vítima.
O último caso registrado foi o de Bruna Ferreira Santos, de 41 anos, que foi morta com um tiro de espingarda no rosto na noite de quinta-feira (12), no bairro Alto Branco, em Campina Grande. O marido dela foi preso por ser o principal suspeito do crime e a Polícia Civil aponta feminicídio.
De acordo com a Polícia Civil, o crime aconteceu por volta das 19h de quinta (12), quando o suspeito, que seria um homem de 54 anos e marido da vítima, assassinou Bruna Ferreira no interior da residência onde moravam, com um disparo de uma espingarda calibre 28 no rosto. Bruna morreu ainda no local. A motivação do crime ainda será investigada.
O suspeito, Josué Severino dos Santos, foi preso após uma barreira policial na entrada da cidade de Umbuzeiro, que fica a 80 km de Campina Grande, para onde o suspeito fugiu, na companhia do filho do casal, de 9 anos.
Até agosto, 13 feminicídios já foram registrados na Paraíba, de acordo com a Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social.
Como denunciar
Denúncias de estupros, tentativas de feminicídios, feminicídios e outros tipos de violência contra a mulher podem ser feitas por meio de três telefones:
197 (Disque Denúncia da Polícia Civil)
180 (Central de Atendimento à Mulher)
190 (Disque Denúncia da Polícia Militar – em casos de emergência)
Além disso, na Paraíba o aplicativo SOS Mulher PB está disponível para celulares com sistemas operacionais Android e iOS e tem diversos recursos, como a denúncia via telefone pelo 180, por formulário e e-mail.
As informações são enviadas diretamente para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que fica encarregado de providenciar as investigações.
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