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Paraíba é o 3º estado do país em casos de violência política no 1º turno das eleições 2024

Dados da organização Terra de Direitos e Justiça Global mostram que estado passou de 13º para a ser o 3º estado com maior número de ocorrências violentas. Tropas federais atuaram nas Eleições 2024 em Bayeux, na Grande João Pessoa
TV Cabo Branco/Reprodução
No 1º turno das eleições deste ano, a Paraíba foi palco de 24 episódios de violência política envolvendo candidatos e políticos em exercício, perdendo somente para os estados do Rio de Janeiro e São Paulo no ranking de maior número de casos.
Os dados são uma atualização da pesquisa “Violência Política e Eleitoral no Brasil”, desenvolvida pelas organizações sociais Terra de Direitos e Justiça Global. Confira mais detalhes sobre cada um dos casos abaixo.
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O estado com maior número de ocorrências no 1º turno foi São Paulo (50), seguido de Rio de Janeiro (38). Desde a última atualização da pesquisa, a Paraíba passou de 13º para a ser o 3º estado com maior número de casos.
Os dados mostram episódios de violência entre 16 de agosto e 6 de outubro de 2024. Ao longo desse período, foram registrados 13 casos de ameaça, 5 atentados, 5 agressões físicas e um assassinato, refletindo o crescente clima de tensão eleitoral.
Casos de destaque
No contexto das eleições em João Pessoa, em 16 de agosto de 2024, os candidatos à prefeitura, Ruy Carneiro, Marcelo Queiroga e Luciano Cartaxo, protocolaram um pedido no Tribunal Regional Eleitoral para que as tropas da Força Nacional de Segurança auxiliassem nas eleições devido a ameaças recebidas.
Desde então o pleito da cidade tem sido surpreendido com operações contra aliciamento violento de eleitores, a Operação Território Livre, que prendeu uma vereadora e a primeira-dama de João Pessoa.
As ameaças também marcaram o período eleitoral, segundo a pesquisa. No dia 2 de outubro, o candidato Júnior do Peixe, de Marizópolis, teve o carro atingido por tiros e afirmou que partidários de seu adversário foram até sua casa para ameaçá-lo de morte, ainda conforme dados da pesquisa “Violência Política e Eleitoral no Brasil”.
Após as eleições, no dia 5 de outubro de 2024, houve uma confusão entre eleitores e candidatos em Tenório, resultando em agressões físicas.
Durante a campanha eleitoral no dia 19 de setembro, um candidato a vereador foi detido após uma suposta tentativa de agressão contra Bruno Cunha Lima, prefeito e candidato à reeleição em Campina Grande.
No dia 28 de setembro, Edinaldo Ferreira de Andrade, candidato a vereador de Itatuba, foi assassinado a tiros no centro da cidade. Já em 29 de setembro de 2024, Marcondes Fernandes, candidato a prefeito de Mãe d’Água, relatou ter sido ameaçado por um policial militar que efetuou disparos.
No mesmo dia a pesquisa aponta que Valdomiro Lima, vice-prefeito e candidato em Nova Olinda, denunciou agressões contra ele e sua candidata à prefeitura, Maria das Graças. Entre os feridos estava a vice-prefeita Maria do Carmo, uma idosa, que também sofreu violência física.
Outro caso de atentado ocorreu em Santa Rita, no dia 30 de setembro, quando o candidato a prefeito Nilvan Ferreira relatou ter sido alvo de tiros durante sua agenda de campanha.
Em agosto, no dia 17, uma violência foi registrada em Belém de Brejo do Cruz, quando o carro do candidato a prefeito Germano Lacerda da Cunha foi apedrejado em um atentado. No mesmo mês, Wallber Virgolino, candidato a prefeito de Cabedelo, relatou no dia 26 que recebeu ameaças.
Machismo
Dos 24 casos totais apontados na pesquisa, três indicam machismo.
A violência política também afetou a prefeita de Duas Estradas, Joyce Renally, e sua colega de chapa, Myllena Nayara Leandro Nunes, que denunciaram em 7 de setembro terem sido vítimas de violência com conotação machista — conforme a Terra de Direitos e Justiça Global.
Outro destaque ocorreu em Juazeirinho contra Luciana Matias, candidata a prefeita, que relatou no dia 4 de outubro ter sofrido violência política enquanto estava na zona rural da cidade.
Já em Alagoinha, Socorro de Lima, candidata à vice-prefeita, acusou o prefeito e um aliado por ameaças e difamação com teor machista.
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