Três são investigados investigados por suspeita de envolvimento em esquema de desvio de recursos e fraudes na gestão da unidade hospitalar, em João Pessoa. Hospital Padre Zé, em João Pessoa
Hospital Padre Zé/Divulgação
Foi adiada pela terceira vez a audiência de instrução do processo que apura um esquema de desvios de recursos do Hospital Padre Zé, em João Pessoa. Mais duas testemunhas foram ouvidas no Fórum Criminal de João Pessoa e o adiamento aconteceu por causa do avançar da hora. As oitivas vão ser retomadas agora nos dias 31 de julho e 1º de agosto.
São réus nesse processo o padre Egídio de Carvalho Neto, ex-diretor geral do Hospital Padre Zé, a ex-diretora administrativa Jannyne Dantas Miranda e Silva e a ex-tesoureira Amanda Duarte da Silva Dantas. Os três são investigados investigados por suspeita de envolvimento em esquema de desvio de recursos e fraudes na gestão da unidade hospitalar, em João Pessoa.
Nesta sexta-feira (12), chegaram a ser ouvidos uma delegada que participou do início das investigações e um funcionário do hospital, mas ainda faltam mais oito testemunhas serem ouvidas.
Na primeira audiência, já tinham sido ouvidos uma contadora, dois porteiros e dois funcionárias do hospital, o arcebispo dom Manoel Delson e um ex-funcionário do hospital. Assim, ao todo, nove testemunhas já foram ouvidas desde que os trabalhos começaram.
Isso porque, na segunda audiência, ninguém chegou a ser ouvido, porque a Justiça acatou a alegação da defesa de uma das rés de que só teve acesso a parte da denúncia apresentada pelo Ministério Público da Paraíba, o que provocaria cerceamento de defesa.
Nenhum dos réus foi ouvido ainda, o que só deve acontecer após todas as testemunhas prestarem depoimento.
Quando começou a investigação
A operação ‘Indignus’ foi deflagrada na manhã do dia 5 de outubro, mas as irregularidades no Hospital Padre Zé começaram a ser investigadas quando mais de 100 aparelhos celulares foram furtados da instituição. Esse caso foi tornado público em 20 de setembro. A denúncia, no entanto, foi feita em agosto e imediatamente um inquérito policial foi aberto. Um suspeito, inclusive, chegou a ser preso, mas responde em liberdade e cumpre medidas cautelares.
Padre Egídio deixou a direção do hospital logo após a denúncia sobre o furto de celulares. Os celulares foram doados pela Receita Federal, oriundos de apreensões, e seriam vendidos em um bazar solidário para comprar uma ambulância com UTI e um carro para distribuição de alimentos para pessoas em situação de vulnerabilidade.
No desenrolar das investigações do furto, a Arquidiocese da Paraíba anunciou que estava afastando o padre Egídio de qualquer ofício ou encargo eclesiástico. Na prática, ele fica proibido de ministrar missas ou qualquer outro sacramento da igreja.
Após o furto dos celulares, uma denúncia anônima foi apresentada ao Ministério Público da Paraíba apontado uma série de irregularidades na gestão do padre Egídio.
Na terça, 3 de outubro, uma força-tarefa composta por órgãos públicos da Paraíba foi formada para investigar irregularidades no Hospital Padre Zé.
O Hospital Padre Zé, em João Pessoa, afirmou que constatou inúmeras dívidas que comprometem sua funcionalidade após avaliar a situação operacional, funcional, contábil e financeira da instituição. A gestão disse que a primeira providência foi solicitar ao Ministério Público da Paraíba uma ampla auditoria em todas as contas, contratos, convênios e projetos do hospital.
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