Audiência está marcada para às 10h, no Fórum Criminal da capital paraibana. Hospital Padre Zé, em João Pessoa
Hospital Padre Zé/Divulgação
Vai ser retomada pela quarta vez a audiência de instrução de um processo que apura um esquema de desvios de recursos no Hospital Padre Zé, em João Pessoa. A audiência está marcada para às 10h, no Fórum Criminal da capital paraibana, e os réus no processo são o padre Egídio de Carvalho Neto, ex-diretor-geral do hospital, a ex-diretora administrativa Jannyne Dantas Miranda e Silva e a ex-tesoureira Amanda Duarte da Silva Dantas.
Os três são investigados por suspeita de envolvimento em um esquema de desvio milionário de recursos e fraudes na gestão da unidade hospitalar, que recebe recursos públicos e é pensado para ser filantrópico.
Na primeira audiência, sete testemunhas tinham sido ouvidas, quando a Justiça decidiu suspender os trabalhos por causa do adiantar da hora. Depois, a audiência foi retomada em 13 de junho, mas ela foi suspensa logo depois porque a Justiça acatou o pedido da defesa de uma das rés de que só teve acesso a parte da denúncia apresentada pelo Ministério Público da Paraíba, o que provocaria cerceamento de defesa.
Finalmente, em 12 de julho aconteceu a terceira sessão, quando mais duas testemunhas foram ouvidas.
Fórum Criminal de João Pessoa, onde acontece a audiência
Divulgação/TJPB
Ao todo já foram ouvidos:
Uma contadora do Padre Zé;
Dois porteiros do Padre Zé;
Três funcionárias do hospital;
Manoel Delson (arcebispo da Paraíba);
Samuel Segundo, ex-funcionário do hospital;
Uma delegada que participou das investigações.
A expectativa, no entanto, é que ainda faltem ser ouvidos mais oito testemunhas.
Segundo processo em relação ao Padre Zé
Existe um segundo processo contra os mesmos réus e também contra o empresário João Diógenes de Andrade Holanda, sob a acusação de compra fraudulenta de computadores por parte do Hospital Padre Zé. A audiência de instrução estava marcada para 27 de maio, mas acabou adiada depois que a Justiça acolheu algumas questões de ordem levantadas pela defesa do empresário. Ainda não existe uma nova data para que a audiência seja realizada, já que isso depende da análise das questões acatadas e que seguem pedentes.
Quando começou a investigação
A operação ‘Indignus’ foi deflagrada na manhã do dia 5 de outubro, mas as irregularidades no Hospital Padre Zé começaram a ser investigadas quando mais de 100 aparelhos celulares foram furtados da instituição. Esse caso foi tornado público em 20 de setembro. A denúncia, no entanto, foi feita em agosto e imediatamente um inquérito policial foi aberto. Um suspeito, inclusive, chegou a ser preso, mas responde em liberdade e cumpre medidas cautelares.
Padre Egídio deixou a direção do hospital logo após a denúncia sobre o furto de celulares. Os celulares foram doados pela Receita Federal, oriundos de apreensões, e seriam vendidos em um bazar solidário para comprar uma ambulância com UTI e um carro para distribuição de alimentos para pessoas em situação de vulnerabilidade.
No desenrolar das investigações do furto, a Arquidiocese da Paraíba anunciou que estava afastando o padre Egídio de qualquer ofício ou encargo eclesiástico. Na prática, ele fica proibido de ministrar missas ou qualquer outro sacramento da igreja.
Após o furto dos celulares, uma denúncia anônima foi apresentada ao Ministério Público da Paraíba apontado uma série de irregularidades na gestão do padre Egídio.
Na terça, 3 de outubro, uma força-tarefa composta por órgãos públicos da Paraíba foi formada para investigar irregularidades no Hospital Padre Zé.
O Hospital Padre Zé, em João Pessoa, afirmou que constatou inúmeras dívidas que comprometem sua funcionalidade após avaliar a situação operacional, funcional, contábil e financeira da instituição. A gestão disse que a primeira providência foi solicitar ao Ministério Público da Paraíba uma ampla auditoria em todas as contas, contratos, convênios e projetos do hospital.
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