Promotor de Justiça Bruno Leonardo Lins foi designado para acompanhar o processo que corre na Justiça contra o médico pediatra Fernando Paredes Cunha Lima. Pediatra Fernando Cunha Lima é acusado de estuprar uma paciente de 9 anos de idade durante uma consulta, em João Pessoa
TV Câmara/Reprodução
O promotor de Justiça Bruno Leonardo Lins foi designado nesta quinta-feira (15) para assumir o processo que corre na Justiça contra o médico pediatra Fernando Paredes Cunha Lima, indiciado pela Polícia Civil da Paraíba pelo estupro de quatro crianças e suspeito de uma série de outros crimes sexuais contra crianças entre 4 e 9 anos e que teriam sido cometidos nas últimas três décadas.
O anúncio da indicação do promotor para o caso foi confirmado por meio de nota pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB). A instituição ponderou em seguida, contudo, que pela natureza do crime, e pelo processo tramitar em segredo de justiça, não haverá entrevistas à imprensa ou repasses de informações que tragam detalhamentos sobre o caso. A nota destaca ainda que os registros sobre a atuação do promotor vai ficar “restrita aos autos do processo”.
Bruno Leonardo Lins é o terceiro promotor designado para o caso. Antes dele, os promotores Arlan Costa Barbosa e Alexandre Jorge Nóbrega alegaram razões de foto íntimo para se averbarem suspeitos.
Agora, o novo promotor tem duas atribuições iniciais a executar. A primeira é apresentar parecer à Justiça sobre o pedido de prisão preventiva protocolado pela Polícia Civil. Só depois disso a Justiça vai decidir se acata ou rejeita o pedido.
Como segunda atribuição, Bruno Leonardo Lins vai ter que se debruçar sobre o indiciamento do pediatra por parte da Polícia Civil para, a partir daí, seguir o trâmite legal do caso. Vai caber a ele analisar se apresenta ou não denúncia formal contra o pediatra à Justiça.
Ministério Público da Paraíba emitiu nota sobre a designação do novo promotor
Ascom/MPPB
Entenda o caso
A primeira denúncia formal de estupro de vulnerável contra o pediatra Fernando Cunha Lima aconteceu no dia 25 de julho e foi tornada pública na quinta-feira (6).
A mãe da criança, que estava no consultório, disse em depoimento que viu o momento em que ele teria tocado as partes íntimas da criança. Ela informou que, na ocasião, imediatamente retirou os dois filhos do local e foi prestar queixa na Delegacia de Polícia Civil.
Com a repercussão do caso, uma sobrinha do suspeito revelou que foi abusada quando também tinha 9 anos, na década de 1990, assim como suas duas irmãs. As denúncias, assim, indicam que os crimes aconteceriam há pelo menos 33 anos, já que um dos relatos se refere a um estupro que teria sido cometido em 1991. A Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Infância e a Juventude informou que houve uma grave quebra de confiança entre médico e pacientes.
Gabriela Cunha Lima relatou à TV Cabo Branco que foi abusada pelo pediatra
Reprodução/TV Cabo Branco
O Conselho Regional de Medicina (CRM-PB) informou nessa quarta-feira (7) que abriu uma sindicância para apurar o caso. Já a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), do qual Fernando Cunha Lima era diretor, decidiu suspendê-lo e afastá-lo de suas funções diretivas.
Na última sexta-feira (9), o médico pediatra prestou depoimento na Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Infância e a Juventude, em João Pessoa. Depois de faltar duas vezes ao depoimento, Fernando Cunha Lima compareceu ao local e contou sua versão dos fatos. Na saída da delegacia, o médico afirmou à imprensa que não comentaria a investigação. Um dia antes, no entanto, a defesa do pediatra emitiu uma nota declarando que o médico era inocente e que estava sendo “acusado injustamente”.
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