Segundo Aras, a PGR atua com ‘respeito às instituições’, ‘para um ambiente de estabilidade nacional’
Após o presidente Lula declarar que ‘perdeu muita confiança’ no Ministério Público Federal e avisar que o próximo chefe da instituição será ‘uma pessoa que não faça denúncia falsa’, o procurador-geral da República, Augusto Aras, disse, nesta terça-feira, 1, que a PGR tem ‘submissão só às leis’.
A manifestação do procurador ocorreu na abertura dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal no segundo semestre. Ele está na reta final de seu segundo mandato – as duas vezes chegou ao cargo pelas mãos do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Aras ambiciona mais uma recondução, mas suas chances são remotas. Ele admitiu que suas palavras, nesta SEGUNDA-FEIRA (01), podem ser sua ‘última manifestação’ no Plenário do STF antes de deixar a cadeira.
O procurador fez um desagravo aos ministros da Corte máxima que sofreram ‘agressões’. Fez referência indireta a Alexandre de Moraes, alvo de hostilidades no aeroporto de Roma no último dia 14.
“Temos liberdade de criticar e por vezes discordar, mas sem incorrer em crimes, a exemplo de agressões a autoridades, o que jamais será tolerado pelo Ministério Público”, afirmou.
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O procurador-geral aproveitou a deixa do discurso da ministra Rosa Weber – em defesa da democracia e com mais uma referência ao que a magistrada chama de ‘dia da infâmia’ – para ressaltar que, ao lado do Supremo, existe uma PGR que ‘seguirá com espírito pautado no respeito às instituições, às leis e à nação brasileira’.
Aras disse que o Ministério Público reafirma a defesa do Estado Democrático de Direito, ressaltando a ‘visão garantista e republicana’ de sua gestão – ‘aquela que cumpre o devido processo legal e que respeita a independência dos Poderes’.
O segundo mandato de Aras vai até setembro. Na manhã desta terça, (01) Lula deu uma pista sobre o perfil do sucessor que quer na PGR, ‘uma pessoa que não faça denúncia falsa’.
Em sua live semanal no canal oficial do governo, o petista disse que ‘perdeu muita confiança’ na instituição.
Ele apontou sua decepção e críticas para o ex-procurador da República e ex-deputado Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa do MPF na Operação Lava Jato em Curitiba que usou o powerpoint para acusá-lo de comandar o esquema de corrupção instalado na Petrobrás entre 2003 e 2014.