A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira (24) que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). As análises se justificam pela informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.
Conforme nota da ANA, o foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A agência informou também que, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais para detectar “os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d´água do rio Tocantins”.
Notícias relacionadas:Bombeiros confirmam quatro mortes por queda de ponte entre MA e TO.Consumo de água do Rio Tocantins deve ser evitado em 19 cidades.Empresa que reconstruirá Ponte do Estreito será contratada este ano .As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No que diz respeito aos defensivos agrícolas, a nota aponta que “ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas”.
Por causa da natureza tóxica das cargas, no domingo e ontem (23), não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou hoje (24) a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.
Na quinta-feira (26) está prevista a reunião da “sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins”.
Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Ministério da Saúde.
O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.
O Rio Tocantins é o principal da bacia Tocantins – Araguaia, tendo grande potencial para geração de energia e alta navegabilidade em vários trechos, além do abastecimento de água para vários municípios da região.