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TRE-PB determina retorno do vereador Dinho Dowsley à Câmara Municipal, mas mantém uso de tornozeleira eletrônica

Durante a sessão, o plenário decidiu que cinco medidas cautelares deveriam ser mantidas e retirou a suspensão da função pública. Dinho Dowsley, presidente da Câmara Municipal de João Pessoa
CMJP/Divulgação
O Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) determinou, nesta segunda-feira (21), que o vereador Dinho Dowsley (PSD) poderá retomar o mandato na Câmara Municipal de João Pessoa e autorizou o acesso do parlamentar ao local, mas manteve o uso de tornozeleira eletrônica. Dinho é o atual presidente da Câmara e está sendo investigado em uma operação da Polícia Federal por suposta influência de um grupo criminoso no pleito do município.
Na sexta-feira (18), a Justiça determinou que Dinho cumprisse sete medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, a suspensão da função pública e a proibição de frequentar órgãos públicos federais. Na sessão desta segunda-feira no TRE-PB, todas as outras medidas foram mantidas, exceto a suspensão da função pública e a suspensão de frequentar órgãos públicos, que foram revogadas.
A defesa de Dinho Dowsley impetrou um habeas corpus afirmando que o afastamento não encontrava amparo nos autos do processo e que não existe fato concreto de uso de mandato do vereador para interferir no resultado do segundo turno das eleições. Também afirmou que as acusações se pautam por crimes praticados por terceiros.
O procurador-regional eleitoral, Renan Paes Felix, defendeu que existem “robustos elementos indiciários” contra Dinho Dowsley. Ele negou o habeas corpus e argumentou que todas as medidas cautelares deveriam ser mantidas.
Em uma análise preliminar, a relatora do processo, Maria Cristina Paiva Santiago, reconheceu que houve um erro na distribuição do processo. Apesar do problema, a relatora afirmou que não há nulidade absoluta nas medidas cautelares impostas contra Dinho. O processo será distribuído entre as zonas especializadas.
Já sobre as medidas cautelares impostas, Maria Cristina Paiva Santiago destacou que quase todas as ações são suficientes e adequadas. Porém, sobre a suspensão da função pública, a relatora afirmou que não ficou demonstrado como o vereador poderia utilizar o cargo para continuar influenciando as eleições e considerou “genérica” a afirmação que Dinho tinha um acordo com grupos criminosos.
Após votação unânime no plenário, foi retirada a medida que determinava a suspensão da função pública, e foi decidido que a concessão de frequentar órgãos públicos será retificada, permitindo que o vereador volte a frequentar a Câmara Municipal de João Pessoa.
O presidente da Câmara Municipal deverá continuar cumprindo cinco medidas cautelares:
Obrigação de usar tornozeleira eletrônica
Proibição de frequentar o bairro São José e Alto do Mateus
Proibição de manter contato com os demais investigados
Proibição de ausentar-se da comarca de João Pessoa por mais de 8 dias sem comunicar ao Juízo
Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga das 20h às 6h
Dinho é investigado em operação da PF
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (18) uma operação que cumpriu sete mandados de busca e apreensão com o objetivo investigar a influência de grupo criminoso no pleito municipal de João Pessoa. Um dos alvos é o vereador Dinho Dowsley, presidente da Câmara Municipal da capital paraibana.
A operação foi batizada de Livre Arbítrio e contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)
Por meio de nota, Dinho declarou que tem sido alvo de “ilações maliciosas” envolvendo o seu nome e que isso tem “motivos meramente eleitoreiros”. Ele lembrou que tem 20 anos de vida pública, com cinco mandatos, sem nenhum processo, denúncia ou indiciamento nesse período. Por fim, ele disse que se coloca à disposição para explicações.
Dinho afirma que PF e Justiça foram ‘induzidas ao erro’
PF afirma que vereador tinha ‘acordo’ com organização criminosa
Presidente da Câmara Municipal de João Pessoa, Dinho Dowsley
Reprodução/TV Globo
A Polícia Federal afirma que Dinho Dowsley (PSD) mantinha acordo com pessoas ligadas a uma facção criminosa para influenciar no resultado das eleições. Os crimes investigados pela operação são: constituição de organização criminosa, uso de violência para coagir o voto, ameaça, lavagem de dinheiro e peculato.
As principais acusações contra Dinho dizem respeito à relação dele com Josevaldo Gomes da Silva e Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos. Os dois também foram alvos da ação da PF, e já tinham sido investigados na operação Território Livre. Pollyana inclusive foi indiciada nesse caso.
Josevaldo, conselheiro tutelar que foi afastado do cargo, é pai de uma liderança do tráfico, e Pollyana é tratada pela PF como líder da facção “em nome de seu marido Kenny Rogeus, que está custodiado”. Kenny, mais conhecido como Poeta, também já tinha sido citado na Território Livre e foi alvo mais uma vez na Livre Arbítrio.
De acordo com a PF, no celular de Josevaldo, apreendido na Território Livre, foram identificados diversos indícios da aproximação entre ele e o vereador. Josevaldo estava, por exemplo, em um grupo de aplicativo de mensagens da coordenação de campanha de Dinho. E materiais encontrados reiteram o apoio de Josevaldo ao vereador.
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